Lembro-me de em estudante passar horas, horas, ou talvez dias de volta de uma matéria, disciplina ou cadeira - módulo mais modernamente - sem perceber nada do que estudava.
Por vezes, ao fim desse tempo via "luz" e passava a perceber o suficiente para vencer o obstáculo do exame. Os problemas tornavam-se simples e até corava por não ter percebido mais cedo, o que se passava.
No mundo profissional ainda me acontece o mesmo. Não nos pequenos ou grandes imprevistos, contratempos ou problemas diários. Refiro-me concretamente a acções de melhoria. Acções que visam reduzir tempos de produção, melhorar a organização da pro dução, do serviço, ou até o processo produtivo, entre outras de carácter burocrático. A pró - actividade do sec. XXI.
A identificação desses pontos de melhoria não é difícil, por vezes, o que se torna complicado é encontrar a solução eficaz. É evidente que existe metodologia para resolução dos problemas, baseado em gráficos e outras formas de representação, entre outra soluções.
Normalmente, o assunto resolve-se com investimentos, avultados ou não, onde ao seu custo associado se contrapõe o ganho obtido e o número de meses para obter retorno desse investimento.
Esta é a solução mais fácil, ficando a parte complicada em convercer a administração. Tudo se torna simples e é usual, se a administração está disposta a seguir a sugestão.
Os problemas começam quando o ganho é pequeno e o meio, máquina, equipamento é demasiado caro, atirando por isso a melhoria para as calendas.
Ficamos na mesma com o problema. Meses, anos, às vezes. Tudo isso fica esquecido, quando identificamos a solução... só que esta é cara de mais. Passa-se a viver com o tal contratempo, afectando recursos desnecessários.
Um dia um acontecimento qualquer (normalmente um atraso na produção, ou um acidente de trabalho) leva-nos de novo ao assunto. O quotidiano e as tarefas repetitivas são interrompidas pelo pensamento e a oportunidade de melhoria.
Lembro-me da história do ovo de Colombo.
Encontramos a real solução para o problema, que esteve sempre ali desde a primeira hora, normalmente com um aspecto simples, económico e perguntamos: como foi possível não pensar nisto mais cedo?
Ficamos contentes por evitar investimentos de 10.000 ou 5.000, ou até 1.000 ou 500 contos, com soluções de menos de 20 contos, onde o ganho vai ser obtido de imediato e claro, implementada e validada a respectiva acção de melhoria, sentimos um conforto agradável, contudo, alguém nos recorda que entretanto a empresa desperdiçou recursos até ser encontrada essa solução.
Simplesmente passamos no exame...
Apontamentos esporádicos de um trabalhador por conta de outrem
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